domingo, 18 de julho de 2010

Eu não digo eu te amo depois da primeira taça de sorvete haagen daz

Acredito que algumas frases na vida tem o peso de um container. Talvez seja por isso, que eu não costume sair por ai distribuindo "eu te amo". Pode ser um dos inúmeros defeitos que carrego nessa bagagem da vida que já me faz pagar excesso, mas desconfio das pessoas que se autointitulam melhores amigos de infância desde a época que brincavam de massinha depois da primeira taça de sorvete ou de três ou quatro chopps.

Não acredito no riso muito fácil, nem nas declarações de amor que são cópias de cartões do smilinguido. Depois de 35 anos, minha cápsula protetora resistiria uma ida à lua, quanto mais uma falsa verdade dita com a cara de uma mentira completa. Assim como engenheiro acredita na base sólida do prédio, acredito que qualquer relação, incluíndo as de amizade, são construídas com o tempo, com a vivência de certas experiências que só com o tempo você pode guardar na memória.

Não sei bem porque, mas sinto que nem todas pessoas estão preparadas para dizer "eu te amo, meu amigo" de forma verdadeira. Acho, até, que algumas pessoas deveriam ser proíbidas de falar por ai tal frase. Quando você distribui um "eu te amo" numa hora indevida, quando chegar a hora certa ele já não terá siginificado, perderá o valor.

Nessa minha peleja dolorosa, tratando as palavras como "peixes abissais", vejo muito peso no que falo e ouço. Algumas frases não podem ser desgastadas. Dizer eu te amo não é como pedir um pãozinho na padaria de manhã ou trocar de camisa quando ela não combina com a calça.

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