quinta-feira, 30 de setembro de 2010

É FESTA!

Eu sempro acho que não vai dar tempo.
Eu também sempre acredito que sempre pode ser melhor.
Eu poderia ter lido um livro a mais;
Escolhido uma palavra mais bonita para fechar um determinado parágrafo;
Quem sabe tuitado menos;
Orkutado menos;
Mas, apesar de todas as limitações, o primeiro parágrafo da tese ficou pronto.
E, agora, eu não sei se comemoro;
Não sei se corro mais rápido que o tempo e começo o segundo;
Mas sei que cumpri a primeira meta;
E tô feliz pakaralho por isso.

Sobre o calor e o voto secreto

Desisti de fazer escolhas. Durante muito tempo eu desejei o frio como um americano do Sul deseja férias no Caribe. Mas conheci um pouco do frio e não curti muito. Disse pra mim mesmo que queria mais calor. Prometi que quando o calor voltasse eu iria ficar feliz. Afinal de contas, poderia tomar banho sem reclamar do frio. Teria mais motivos pra tomar cerveja. Poderia, quem sabe, achar motivos para trocar os meus óculos de sol que estão gastos. Mas estou conhecendo o calor em sua potência máxima e, pra variar, também não curti.

O calor senegalês que tem feito no Acre nos últimos dias não é uma coisa pra humano. Se tivesse feito um transplante de célula tronco com um habitante do Zimbábue acostumado a conviver com uma temperatura na casa dos 50 graus ai, quem sabe, eu suportaria. Mas não está dando.

Como se não bastasse o calor, ainda tenho que conviver com uma porrada de gente que fica a todo momento perguntando em quem vou votar. Estou me sentido naquela festa que o Big Brother Brasil faz nas noites de sábado e a pergunta é só uma: em quem você vai votar pra sair da casa? Eu sei que a vida é um BBB, mas o voto ainda é secreto e, nesse caso, não votaremos para escolher quem vai sair da casa, mas quem vai entrar, e isso nem sempre é fácil... 

sábado, 11 de setembro de 2010

Por mais Menina de Óculos

Ao longo dos últimos três anos, tenho nutrido o saudável hábito de visitar diariamente a morada virtual da Menina de Óculos. De visita em visita, já gargalhei em alto e bom som das suas verdades ditas com um humor dos melhores. Silenciosamente, para manter a lisura do processo, já comemorei algumas de suas vitórias.

Acredito que o All you need is Love, lema do seu blog, deveria ser adotado como plataforma de governo por todos os candidatos ao cargo de presidente do país. O Brasil ficaria mais humano e as falsas promessas não fariam mais sentido.

Mas há uma semana ela entrou em recesso. Confesso que esse hiato não faz bem para a minha vida virtual. Fica faltando humor, belas imagens, frases que nos fazem pensar, fica faltando muito. Mas, como um bom menino de óculos que sou, estarei esperando por sua volta.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

A aula de Pilates e a flexibilidade que não tenho

Até a última quarta-feira, o Pilates era para mim uma prática só feita por aqueles que estão habituados a comer em self-service de restaurante natural. Sei que uma coisa não tem nada haver com outra, mas sempre achei que pilates era a yoga revisitada. Mas eis que uma coluna precisando de ajustes me fez conhecer tal prática esportiva ( não sei se essa é a melhor expressão).
E lá, eu me encontrei com um mundo novo. Um espaço que deve ser a sessão da tarde das atletas de Ginástica Rítmica Desportiva da Bielorrusia,  mas pra mim foi sofrimento em sua mais perfeita tradução. Fiquei intrigado como a senhora do meu lado, na casa dos 50 e tantos, colocava o umbigo na testa, a mão no pé, a cintura na cabeça e ainda dava um sorriso reconfortante pra mim, que só a falava ao professor que não conseguia  terminar os exercícios. Diante da minha incapacidade, o nosso diálogo foi quase infantil, era como se eu tivesse aprendido a contar só até 5.
Ele: faça 3 de 12 desse aqui.
Eu: 1......2........3.......4........5........posso mudar?
Ele: tente essa aqui 3 de 12
Eu:   1......2........3.......4........5........posso mudar?
Era tudo muito doido. Fora que era muito leeeeeeento, devagaaaaaaaar, algo que não consigo acompanhar. Sou ansioso desde 1975 e não consigo diminuir a velocidade, apesar de saber que preciso.
Mas hoje continuarei tentando. Quem sabe não chego até o 10 e aprendo a respirar. Só sei que o pilates me mostrou mais uma coisa que não sei. Assim como não sei dirigir carro, andar de bicicleta, usar compasso, trocar cartucho de impressora, também não sei respirar. Para minha sorte, tenho um monte de coisas para aprender na vida. Triste de quem acha que sabe de tudo.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Aviso

Entre um parágrafo e outro da tese, me dei o direito na madrugada de domingo pra segunda de me deixar levar pelos belos versos do livro "Para não dizer adeus". Lya Luft me falou verdades que gostaria de compartilhar com vocês.

AVISO

Se me queres amar,
terá de ser agora: depois
estarei cansado.
Minha vida foi feita de parceria com a morte:
pertenço um pouco a cada uma,
pra mim sobrou quase nada

Ponho a máscara do dia,
um rosto cômodo e simples,
e assim garanto minha sobrevida.

Se me queres amar,
terá de ser hoje:
amanhã estarei mudado.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Sob nova direção?

Nessa vida onde os títulos acadêmicos são tão valorizados, acho que vou cumprindo bem minha missão. Fiz mestrado, faço doutorado e tenho uma porrada de outros certificados que orgulham o meu currículo lattes. Mas pra ser feliz ainda me falta uma coisa.

E não estou falando aqui de encontrar um alguém especial que, entre um carinho e outro, vá me ajudar na leitura do livro Pelas Mãos de Alice. Nem de um ser humano encantado, disposto a tecer comentários sobre o conceito de entrelugar do Bhabha no meio de uma cerveja, enquanto fazemos planos para às próximas férias. Acho que são poucas as pessoas capazes de mudar tão rápido de assunto durante uma conversa quanto eu.

Eu queria coisa simples. Eu só queria ser mais uma pessoa que sabe andar de bicicleta. Eu queria deixar de ser ponto de referência. Eu queria muito deixar de ser “aquele dali que nunca aprendeu a andar de bicicleta”. Penso que seria muito bom sair por ai desfilando equilíbrio pelos parques da cidade. Sinto uma certa inveja de todas as pessoas que conduzem uma bicicleta e ainda dão tchauzinho. Quando vejo uma cena dessas, tenho a sensação que faço parte da seara dos excluídos, me sinto um eleitor do PCO (alguém conhece um eleitor declarado do PCO?)

Acho que quem sabe andar de bicicleta, dirigir carro, sabe também conduzir melhor a sua vida. Talvez me falte isso, aprender a conduzir melhor o meu destino. Desatar certo nós. Sentir uma bem vinda sensação de liberdade. Quem sabe...