segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Carta n° 1


Sinto que estou precisando voltar a escrever cartas. Talvez esteja precisando dividir, em um mundo que não está acostumado com isto. E, é assim, reconhecendo minha necessidade, que começo a minha primeira carta para 7 declaradas leitoras (se bem que, talvez, nem todas frequentem minha morada virtual todos os dias). Quero dividir com vocês, minhas primeiras vivências na volta ao Acre.

Entre afagos verdadeiros e outros nascidos sob o signo da vida profissional, começo a me (re)pertencer ao lugar de minha morada física.  Freire nos ensina que é onde pisamos que nos formamos. Concordo com o nobre barbudo, pois sinto que tenho me construído bem no espaço que me acolheu. Hoje, voltei pra casa feliz, uma  coisa que nem sempre acontece.

Gostei de ver o sorriso no rosto de alguns alunos ao me reencontrar, em claras demonstrações de carinho. Vi que, a minha opção por não dar aula, mas compartilhar histórias de vida, tem me aproximado de muitos e, para minha sorte, me distanciado de poucos. Talvez minhas escolhas teoricasmetodológicas (quanta pretensão?!) tenham me distanciado dos que realmente devesse ficar longe. Penso, ainda, que muitos dos meus alunos ainda desejam encontrar na universidade uma prolongação da escola, coisa que acho muito pouco.

Vejo a universidade como espaço de experiências, onde você pode caminhar, às vezes se perder, em outras se encontrar para, quem sabe lá na frente, se perder e se encontrar de novo. Mas muitos são por demais
novos, e preferem apenas se encontrar, sem dá uma oportunidade ao acaso. Entendo que se deixar afetar pelas surpresas, é mesmo uma tarefa difícil. Um  caminho de pedras não é para ser percorrido por qualquer um, a maioria deseja apenas um caminho de brisas...coisa que nem sempre é possível. Mas, repito, eles são jovens.

Meus 35 anos me deixaram marcas, me ensinaram lições e, nos desenhos de uma mal escrita cartilha de caligrafia, continuo a acreditar em outro mundo. Talvez que não seja mais escrito por nós, mas por aqueles que formamos. Um mundo que, de preferência, tenha pessoas mais conscientes, para que a gente não precise sofrer tanto com a fumaça que nessa época do ano muda a rotina do povo acreano.

Termino aqui acreditando, sempre, que o amanhã será melhor

Wagner

Um comentário:

  1. Oii Wagner...estamos sempre acreditando que amanhã será melhor!!
    Seja feliz nessa nova etapa da vida!
    Bjkas
    Giovana
    http://criatividadeinsana.blogspot.com/

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