Durante os meus mais de 30 anos aprendi a fazer muitas coisas. Já escrevi duas monografias, uma dissertação de mestrado e meia tese de doutorado. Aprendi, também, a escolher meias, tarefa tão complicada quanto escrever tese. Mas, mesmo assim, me falta habilidade para realizar as mais prosaicas atividades do nosso cotidiano.
Admiro muito, por exemplo, todas as pessoas que sabem ler um cardápio. Acho fantástica a cara de quem ganha como um gari e se comporta como um Eike Batista quando o assunto é colocar óculos, distanciar o cardápio, olhar se tem um amigo próximo e, no final, pedir uma água mineral.
Também nutro um certo respeito por todos os seres iluminados que trocam cartuchos de impressora como se essa fosse uma atividade a ser praticada com tranqüilidade por todo aluno da educação infantil.. Confesso que não sei trocar cartucho de impressora.
Nos últimos dias tenho me dedicado a atividade paralela de domar um aspirador de pó ensandecido. Quando pensei que já tinha passado por tudo nessa vida, me surge esse aspirador de pó. Devo ressaltar que o comprei por uma carência emocional mais pura do que whisky escocês. Olhei o catálogo de promoções do Americanas.com com a dedicação de um ginasta chinês e vi que nada nele me faltava. O que faltava ele não tinha.
Comprei o aspirador pensando que seria algo fácil de usar, mas vi que o mundo é complicado, as pessoas são más e os aspiradores de pó são seres indomáveis que tem pouca utilidade. Não nasci para os aspiradores de pó. Assim como não nasci para o motivo maior desse post...